sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sem nome

Andei meio

Caído

Pensando em você, tudo perdeu o sentido

O menino atravessou a P O N T E do pensamento

E fez-se na cabeça o tormento

Desceu
as
escadas
da dor
Tentando encontrar o seu amor
Porém, nada encontrava
E, quando todos saiam, chorava
Perdido,
Como alguém em um birinlato
subir
Ao do sol, tudo se suspendeu
Até a tristeza que a ele abateu
pássaros
Queria ser como os
Voar
A
Sem com a vida se preocupar


Sem um trocado no bolso,
Foi viajar
Seu caminho era distante
Destino incerto.
Poderia ter ido para perto
Mas, a dor ainda presente
O tornara um combatente

Viver os dias sem razão
Com uma esperança a bater
No fundo do coração
E ao todos concordariam
morrer
"Este tinha razão"





quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Réu confesso

Eu sinto uma falta, mas uma falta imensa...
Falta de não sei o quê, mas essa falta que tenho me aperta o peito, e me causa dor.
Por mais que eu pense e tente chegar a uma conclusão do que me falta, tudo me parece vão ao chegar da conclusão.
Eu não sou sozinho; tenho amigos, irmãos, família, e uma infinidade de conhecidos, mas o que me falta eu não sei.
Sei que na maioria das vezes me sinto sozinho.
Me pergunto se seria um amor?
Talvez...
E por mais que me pareça aterrador, ou até mesmo incompreensível, eu tento esconder com um sorriso de: "Tudo está bem"
As minhas dúvidas e incertezas cada vez mais me assombram, minha ansiedade se manifesta e eu não consigo pensar no que será de mim.
Como vai ser o meu futuro? Essa coisa que se alterna entre o distante e o perto, entre o bom e o ruim.
De vez enquanto, alguma coisa do meu passado peralta vem me consolar, as boas lembranças, e as coisas vivi e deixei de viver.
E me sinto como um tronco no rio, sendo levado pela correnteza e caindo em meio uma cascata de medos e anseios, como se nada na minha vida fosse programado, como se eu não conseguisse tomar nenhuma decisão por mim.
E por mais lágrimas que meus olhos possam ter, por mais tristezas que este velho peito carregue, de alguma forma, algo me diz que a minha hora um dia chega.
Uma esperança.
Um sopro de ar pela janela.
Isso é algo em que eu devo acreditar, é algo que eu realmente tenho que ter confiança.
Na mudança.
E eu flerto com ela como alguém que olha para uma imagem de gesso, ou simplesmente segura um terço para exercitar a sua fé.
Eu olho para trás e vejo aquele menino de outrora, aquele garoto irresponsável, de muitos sorrisos e de companheiros e parcerias inesgotáveis, e chego a conclusão de que parte daquele menino se perdeu, não pelo mundo, mas se perdeu em mim.
Às vezes eu sou tantos, que ele deve ter corrido assustado, ou com vergonha dessa pessoa que me tornei.
Eu me olho no espelho, e vejo qualquer coisa, menos eu.
Mas no fundo de meus olhos, no fundo de minh'alma, eu tenho ele comigo. Ainda que tímido ele as vezes volta, como não podia deixar de ser.
É só mesmo então que volto a sorrir novamente.
Aí, é quando eu consigo sentir o gosto das coisas, da vida, sentir o calor do sol.
O que é triste, porque, depois disso ele se esvai entre meus dedos para se esconder novamente dentro desta pobre e podre carcaça que aqui escreve.
E cada vez mais, eu me sinto um assassino por ter matado aquele garoto, é. Aquele mesmo.
Considero-me culpado, e cada vez mais culpado por esse crime horrendo, me sinto um monstro.
Na hora de apunhalá-lo, não hesitei.
Eu provei o gosto do sangue em minha garganta, eu senti a dor daquele pobre diabo.
Mas, somente depois, depois de tudo é que eu fui notar quanta falta ele me fazia.
O único gosto, ainda na garganta é o do sangue.
E a dor que sinto hoje, consegue ser maior ainda do que a dor que senti enquanto revirava o punhal no peito.

- É só.

Marcos "Tinguah" Vinícius

Hoje a cobra fuma

Ah mulher, hoje você vai ser minha...
Eu não vejo a hora dos meus braços te envolverem, e das minhas mãos ensaiarem caricias por entre o seu corpo, e ver-te com seus olhos fechados suspirando e ansiando por mais.
Dar-te-ei meu beijo mais apaixonado, meu beijo mais cheio de volúpia; de forma que tanto eu quanto você nos esqueçamos do mundo que nos cerca... Como se o mundo nesse exato momento não passasse de eu e você nesta cama. Seu mundo irá rodar por entre os delírios e as loucuras que faremos juntos. Em caso de dúvida, aja no instinto, faça o que vier a cabeça.
E depois de provar do mel de sua boca, passo a explorar cada brecha, cada vestígio de sua feminilidade... Como se fosse um exímio explorador, deixando-te em êxtase enquanto a sua voz e seus gemidos de prazer ecoam pelo quarto. Traço um mapa mental da sua geografia, das tuas linhas, dos teus paralelos; do teu corpo nu em minha frente.
E enquanto você me despe as roupas, eu sinto o calor das suas mãos a passear pelo meu peito, a passar pelos pêlos da minha perna e o seu riso de criança a perceber que não sou apenas eu que faço você delirar de prazer... O que torna cada vez mais este momento único e recíproco a nós.
Feito isso, minha alma entra na sua e não se sabe se sou eu que entro em você, ou se é o oposto... Apenas se sabe a sensação maravilhosa de singularidade, de união e de prazer que se sente, coisas que são indescritíveis e não se consegue pôr em palavras.
Nessa hora, não se sabe quem é caça ou caçador, quem é a presa ou o predador, quem é o dominador ou quem domina... No meio desta confusão de sentimentos, eu te olho de cima. Você, linda, inigualável com seus olhos revirando de prazer, gemendo de ardor; provando até a última gota do cálice da luxúria. Tuas unhas me arranham as costas, tua leoa se manifesta e, no meio de um beijo onde as línguas se confundem você me faz juras de amor eterno, amores impossíveis e incompreensíveis a realidade humana. E eu juro, olhando em teus olhos que te amarei para todo o sempre.
Estamos ali, naquele quarto, em cima daquela cama, tão unidos, que não se consegue dizer quem é quem à primeira vista... O que se faz, o que se passa naquele momento é amor, na sua mais bela aparência e que chega a ser intangível a algumas pessoas.
De repente, sinto a sua respiração mais ofegante, quase trôpega, e sinto teu corpo vibrando.
Enquanto, eu como ativo e um voyeur da ação, deliro, e o mesmo se passa comigo, sinto como se por um momento eu tivesse morrido e alcançado as estrelas junto contigo, como se tivéssemos largado nossos corpos terrenos, nossas vidas comuns e nos juntado aos anjos, e as constelações da grande imensidão azul a que chamam de céu. Por um momento, eu me sinto invulnerável, como se o mundo fosse pequeno demais para conter a minha alegria e felicidade, e pelo brilho nos teus olhos, eu tenho a certeza máxima que você também sente o mesmo.
E num flash, num piscar de olhos, voltamos à cama onde tudo teve início.
Me deito a teu lado, e apenas olho em teus olhos, e é como se eu conseguisse entender tudo que você tem a me dizer, e apesar das muitas palavras que identifico, das muitas frases ditas por eles, eu entendo tudo, tudo.
É como se estivéssemos conectados, unidos de uma forma que ninguém consegue separar...
Abraço-te, e ainda consigo sentir vestígios de sua respiração ofegante... Faço-lhe afagos, beijo-te à testa enquanto você tenta pôr em palavras tudo que sentiu, mesmo sabendo que será totalmente vão, e que somente eu entenderei.
Depois de conversas, e de risos e de um sem par de sensações...
Nos abraçamos e dormimos, unidos, para assim partilharmos os mesmo sonhos e as mesmas emoções que muitos invejam, e que somente nós sentimos.


 

Marcos "Tinguah" Vinícius