sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Carta ao Sr. Cupido

Caro Sr. Cupido

Dizem por ai que você é o Anjo, ou Deus do amor, não sei ao certo, mas enfim.
Venho por meio desta comunicar-lhe que estou insatisfeito com seus serviços.
Você sai atirando flechas (ou me distribuindo marretadas) e depois deve rir da minha cara quando tudo dá errado. Peço que neste natal, ao menos, você tome um rumo certo e acerte a mulher que gosta de mim, porque, como sabes, detesto perder tempo.
Peço a ti também, que pare de usar drogas.
Isto deve prejudicar a sua pontaria na hora de flechar a minha pessoa e também a que seria a “minha futura cônjuge”.
Em 2011, veja se tome algum juízo. Não agüento mais sofrer as causas de sua pontaria desembestada e, por sua vez, errônea. Procure uma mulher que me conheça, que não tenha nada contra mim, e que goste de mim ao menos, é só o que peço. Veja alguém para mim, não quero mais correr atrás de quem eu quero, sempre dá errado mesmo.
Já estou começando a me acostumar até.
Cupido, você bem que podia repetir uma de suas flechas, entende? Continuações quase sempre são boas... E com uma de suas acertadas (certeiras, claro) até poderia acontecer. Veja se acerta no peito, no meio do coração, daí eu não preciso fazer “das tripas coração” para arrumar um bem querer.
Eu a quero, tu sabes bem, já conversamos antes. Não há de que me repetir. Caso se engane, ela mora na penha.
Uma vez lá pergunte por Yasmin, creio que você a encontra, você deve ser mais esperto que eu, certo?
Vira e meche algumas flechas são certeiras, logo, creio que não é de todo mal. Bem, como eu já ando flechado há certo tempo, peço a você que fleche ela também. Entende o que eu digo? Não é segredo pra ti que ela também já foi uma de suas vitimas, lembra-se?
Dois Mil e Sete... Um bom ano.
Então, pense bem.
Veja se flecha ela de novo e simplifica o meu trabalho, olha só que legal?! Uma vez a flecha ter acertado o peito dela, me avise, com extrema urgência. Você sabe que suas flechas são de tempo curto, são um “pontapé” inicial, um começo. Feito isso, o resto é comigo, ok?

Bem, não posso terminar sem me despedir e sem desejar um feliz natal para você Tudo de bom, felicidades e boa pontaria, ok?
Abraços.

Marcos “Tinguah” Vinícius

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sobre viver

“Navegar é preciso, viver não é preciso”
(Fernando Pessoa)

Viver: v.int. 1. Ter vida; existir. 2. Durar, perdurar. T.c. 3. Habitar, morar. T.i. 4. Alimentar-se. 5. Ter como meio de vida. 6. Passar a vida. 7. Dedicar-se inteiramente. 8. Conviver. Pred. 9. Passar a vida (de certo modo).
[Dicionário Aurélio]

Viver, o doce delírio.
Certa vez ouvi dizer que: “Viver é desenhar sem borracha”, ou até que: “Viver é desenhar com marcador permanente”, enfim, todas as duas afirmações estão corretas. A meu ver a vida em si, o viver ainda é uma incógnita, algo que por mais que se estude por diversos e inúmeros anos... Jamais se saberá o significado, pois apesar de ser simples como respirar, é difícil de definir a vida a alguma coisa, ou a meras palavras. Ela é relativa, simples e complexa ao mesmo tempo, e quando se menos espera, ela acaba.
A vida tem por sua conseqüência ser vivida, viver. E viver, ser livre é um direito de qualquer ser humano, por mais pobre, rico, diferente ou igual que ele possa vir a ser.
Viver não é só fazer as coisas, mas também, sim, saber arcar com as suas conseqüências. Deve-se sim viver, e não sair porraloqueando por ai.
E, como já estamos habituados, são os conhecidos dois caminhos: O bom, e o ruim. E como sempre, você tem o livre-arbítrio de escolher por qual quer seguir. As convenções da igreja, na maioria das vezes acabam por impor um meio de vida, privando assim as pessoas de certas coisas que são consideradas “impuras”. Creio que a barreira que separa o “puro”, do “impuro” é apenas mais uma convenção estabelecida pela sociedade, junto com seus inúmeros tabus. Creio também que não deveria ser posta a barreira entre o “profano” e o “sagrado”, uma vez visto que tudo pode no fim parecer à mesma coisa se você for reparar bem.
Mas, voltemos ao viver.
Como o “Tio Aurélio” nos diz, viver tem vários significados. Segundo ele, são nove. Segundo eu, são bem mais do que isso, ouso dizer que são infinitos. A vida, meus caros, é feita de pequenos detalhes, pequenas coisas, pequenos momentos... E quando vai se ver, já temos um castelo montado, com todas as coisas que nós gostamos, fotografias com nossos momentos, nossos risos e também, -como não poderia deixar de ser- nossas lágrimas. O que fazemos hoje influência e muito no nosso amanhã. O passado, foram os nossos atos; o presente, é uma dádiva; e o futuro, é incerto.
Não se pode falar em viver, sem citar a Felicidade. Esta que é a grande busca dos homens depois do Santo Graal. A felicidade, assim como o viver e a vida em si, é relativa. Por exemplo: Eu posso ser feliz com o que eu tenho, você pode ser feliz com uma maleta de dólares, e por ai vai...
A Felicidade poderia ser no caso uma companheira do viver, e serviria também como uma das coisas que o estimulam. Até porque, convenhamos, viver sem felicidade é uma tarefa quase que impossível. A Felicidade estimula o viver, e propicia os sonhos, que também falarei.
Ah, são maravilhosos os sonhos... É a terra de ninguém onde você manda. Quem nunca sonhou em ser astronauta, bombeiro ou policial? É a nossa imaginação que nos deixa levar por estes maravilhosos devaneios da mente, coisas que possivelmente se concretizarão –ou não- dependendo apenas única e exclusivamente de você. Sonhos, sonhar... É quase tudo tão maravilhoso. O estágio do sonhar é algo quase tão importante quanto viver, pois, os sonhos nos movem, nos estimulam e nos inspiram. Sonhar não custa nada, como diz o ditado; mas se pensar bem, viver de sonhos é algo maravilhoso. Correr atrás do que se sonha, é notável; conseguir aquilo que se sonha é esplêndido! Vem por todo o seu corpo aquela onda de vibrações e coisas as quais não consigo explicar com as palavras... Mas que os gregos chamariam de Apoteose, ou a ascensão do ser ao estágio mais elevado da alma. Como se a sua vida inteira você estivesse procurando por aquilo, e graças a sua realização, você conseguiu.
É o reconhecimento público de que o ser humano, apesar de tão vil e torpe, ainda tem um pouco de sensibilidade em si, no que os mais simplórios chamam de coração; e eu prefiro chamar de alma.
Vida, viver, felicidade, sonhar, aproveitar.
A vida é algo estupendo, da mais incrível complexidade e simplicidade.
Mesmo sabendo de todas estas convenções e pensamentos universais sobre o verbo “Viver” e todas estas coisas que o acompanham, eu posso lhes afirmar que ainda não sei o que isto significa. Mas tenho uma mera noção do que possa ser:

Viver, é sorrir, é amar, é fechar os olhos e sentir-se feliz apenas de respirar.
Significa olhar a vida, e ver que ela é linda, mesmo com todas as privações que ela possa vir a ter. Olhar as estrelas, ver desenhos nas nuvens, e contemplar o oceano azul como se fosse à primeira vez. Sonhar, como se o amanhã não houvesse; e mesmo depois de velho, tendo vivido quase tudo que se tinha de viver, não se deixar desanimar pela idade: Sair com a roupa que sempre gostou, e ouvindo no rádio do carro a musica que te faz arrepiar até o último fio de cabelo, e mesmo assim, quando o fim chegar, não se desapontar nem chorar. Pelo contrário, sorrir. A vida se foi, mas, o que se viveu, muito embora não volte mais, está guardado em você, e só você sabe o que sentiu na hora.

Até porque, a vida é uma “única apresentação”. E é nosso dever fazer um bom show.

- Pense nisso, ok

Marcos "Tinguah" Vinícius

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mulher mais velha

É engraçado escrever sobre este tema, até porque, como um verdadeiro amante das mulheres mais velhas, confesso a minha paixão reprimida.
Como afirmei acima, não nego, sou um verdadeiro balzacquiano. Adoro mulheres mais velhas, com mais cabeça e mais experiencia que muitas garotinhas. Dirão que enlouqueci, mas não. Apenas escrevo o que me vêm a mente agora.
Reflitam: a mulher mais velha já viveu coisas demais, curtiu a vida e quer algo estável, sem tempo pra brincadeiras. E outra, ela tem uma beleza própria, coisa dela, não essa coisa artificial das garotinhas que circulam por ai no meio da rua.
São sensatas, divertidas e quase sempre -ênfase no quase sempre- têm bom gosto.
Acho que sempre namorei a idéia de uma mulher mais velha, desde sempre, até porque a minha primeira mulher que beijei de fato era mais velha que eu. E como todo louco ou loucura precisa de uma certa...Iniciação, a minha foi com ela.
Enquanto a mais nova quer diversão, a mais velha quer coisa séria e eu preso por isso. Não que a diversão não seja boa, de forma alguma, é essencial. Mas sinceramente eu detesto perder tempo, e tambem não sou careta, mas rola todo um querer em mim e um ar de mistério e de beleza ronda a feminilidade das experientes.
Dificilmente hoje em dia se conhece alguem que siga os ideais de Honorè de Balzac, que tenha extrema fixação pelas mulheres de trinta, como eu, claro. E sejam morenas, loiras ou ruivas de cabelo curto ou não... Ah elas realmente não sabem realmente o que fazem comigo.
Eu passo pela rua e as vejo, com sua pose, sua elegância, algo que é só delas e ninguem tira.
Tenho a cabeça muito no passado, e quase sempre acho que nasci no tempo errado. Sou inconstante, inconsciente e incompreensível de vez enquando, mas em relação a elas, as chamadas "lobas", jamais mudarei minha opinião. É como disse Arnaldo Jabor em uma de suas crônicas "Tenho Horror a Bunda Dura", me identifiquei com aquele pensamento... Encaixei aquela crônica no meu ponto de vista, entendem? E ela fala de quase tudo que falei aqui.
A mulher mais velha tem meu amor, meu querer e minah estima, pois, enquanto a mais nova quase amostra tudo no meio da rua para chamar a atenção, a mais velha a consegue só no andar.

-É só.


Marcos "Tinguah" Vinícius

As conquistas

Quase sempre vem algum amigo meu me dizer que pegou trinta mulheres numa micareta, na balada, ou numa boite dessas da vida, e sinceramente, me pego pensando e aceitando uma condição que antes me era inegável: "O romantismo morreu".
Eu sou meio 'old school' com isso, sei lá, sou daqueles que preferem conhecer as mulheres, me deixar perder por conversas, me deixar conhecer - e conhecê-las também - antes de tomar algum rumo com ela. Antiquado? Sim, eu sei. Mas enfim, sou eu.
Acho que ultimamente as pessoas vem perdendo tanto tempo pensando só em si, e não pensando nos outros, que muitas vezes o peito acaba-se por dilacerar. O fato é: Somos vitimas de nosso próprio egoísmo, sem saber que na maioria das vezes, isso acaba por nos atingir.
Mas, perdoem-me, estou divagando... Voltemos ao tema central.
Sei lá, eu acho que essa etapa do "conhecer" foi pulada, certamente alguém já ficou com vinte mulheres em um dia e não se lembra do nome de pelo menos cinco delas. Eu não, eu sou daqueles que preferem uma conversa sem muitas pretensões no inicio, mas se alguma coisa rola, alguma empatia... Eu arrisco. Não vejo graça em contar pontos com trinta mulheres numa noite, prefiro "me deixar seduzir" por uma conversa marota ao pé do ouvido, conversar sobre coisas comuns e/ou afinidades, beber um bom vinho do que isso... No meu caso a "conquista" , o "conhecer" vale alguma coisa. Não entendo isso como perder tempo, mas sim, como conhecer aquela pessoa que te atrai. E no amor? Romântico, ou romântico incurável, aliás. Rosas e todo o tipo de mimos que alguém pode dar. Mas, carinho e atenção são fundamentais, e digo mais, devem ser recíprocos.
Após ler estas linhas cheguei a conclusão de que...
É, eu realmente nasci no tempo errado.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sobre você

"(...) Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo. (...)" (Oswaldo Montenegro)

Engraçado é a gente ver como a vida prossegue, estrangulando as esperanças e derrubando milhares de arvores do sonho. Mas, se eu puder me recordar de coisas boas e que me fazem bem, você, com toda a certeza me virá na cabeça... O “M” que une os nossos nomes como um elo, o teu sorriso, teus cabelos, tua alegria, teu ser, tudo. Tudo isso que quase sempre sonho ao encostar a cabeça no travesseiro, vejo você, vejo a gente junto... Como se o mundo fosse cor-de-rosa e as nuvens de algodão, delírios de um louco? –Talvez. O fato é que as minhas ilusões e esperanças andam a mil, chegando a um ponto, o qual eu não sou capaz de controlar. E você fez isso acontecer, tudo isso foi graças a você, que me deu um sopro de ar quando eu estava inconsciente na ilha da solidão.

Você é linda, você é inteligente, você é simples. Um verdadeiro contraste se for comparada comigo - exceto a parte do simples. É você chegar e meu olhar bater no teu que perco o juízo. Sabe, eu fico besta só de ouvir a tua voz. É como ouvir a nona de Beethoven, ou ouvir o mar quebrar nas pedras de uma praia deserta... Simplesmente, perfeito.

Eu não quero vir aqui e te falar de coisas que li, ou que ouvi sábios profetas dizerem sobre o amor e seus sintomas... Quero apenas dizer como eu me sinto agora, então, perdoe as linhas que se foram, ou que se seguirão.

Por mais que eu queira tudo isto pra mim, em um ato simplório de egoísmo, ou de posse, sei que devo deixar-te livre. Você é livre, faz o que quer. E algum dia, e talvez este dia nunca chegue, nossos caminhos hão de cruzar, e então, eu saberei que terei conquistado tudo aquilo que eu queria. Eu irei me lembrar de tudo aquilo que houve entre a gente, de todos os passos que percorri pra chegar ao teu coração. Das noites em claro que eu passei a tentar sufocar aquilo que meu peito cismava em me lembrar toda vez que eu pensava em você. Porque, como já te “disse” de certa forma, eu sempre batia de cara no muro quando coisas desse tipo aconteciam. E tinha medo de estragar a amizade perfeita que a gente tinha - e tem até hoje. Por mais que não role nada além disso, por mais que eu esteja dando passos maiores que a minha perna. Me desculpe, mas eu tinha que te contar aquilo. Tanto é que depois que o fiz, eu me senti melhor, como se tivesse tirado um peso das minhas costas... Me senti leve, e forte ao mesmo tempo, como se nada no mundo pudesse me atingir, e tudo isto foi o que teu amor fez em mim. Se é recíproco ou não, quem sabe? Acho que só você mesmo. Mas, o fato é que eu botei na minha cabeça que eu quero você. Não que seja uma obsessão, ou uma fixação vazia, mas sim, uma expressão máxima de meus sentimentos, porque certa vez eu pensei que se eu continuasse contendo tudo isto no meu peito, uma hora explodiria, e como eu previ há tempos atrás,aconteceu. Aconteceu tudo isso, e agora eu sou como uma torneira quebrada que jorra frases de amor pra ti descontroladamente.

Agora, as minhas sextas feiras não serão mais tão felizes quanto eram, já que o curso vai acabar, e você ficará em casa desfrutando as suas férias. Aliás, boas férias.

Espero, do fundo de meu peito que tenhas gostado da carta inicial, aquela, do envelope vermelho, que você leu –ou não- em casa. Espero que ela tenha sido destruída, uma vez que eu não gostaria que ninguém soubesse daquilo além de você.

Tudo que ali estava escrito, é da mais sincera verdade, e que só não disse antes por medo. Mas, uma vez que eu atingi a minha cota de sentimentos abafados, tive que dizer, encontrar uma forma de contar tudo... Porém, como sou uma pessoa extremamente tímida e reservada, foi-se tudo no papel.

Eu sei que você é muito de pensar, eu sei que você é romântica, eu sei também que você adora coisas bonitas... Mas, não escrevi aquela carta, e não escrevo estas linhas para te impressionar, e, se isto por acaso acontecer, terá sido uma mera coincidência, tá?

Não te prometo, ouro, prata, e nem que serás feliz comigo. Mas sim, prometo que eu farei o meu melhor para chegar o mais perto possivel do nosso conceito de felicidade. Como você sabe, eu não sou um Don Juan, nem o que eu chamaria de padrão de beleza. Mas, se mesmo sabendo de tudo isso, você quiser vir comigo...
Me dê à mão, me olhe nos olhos, e diga que me ama.

E então daí, eu sentirei a minha alma esvair-se de meu corpo, como por arrebatamento, e num momento, sua boca beijarei.

"E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor, e a outra metade, também"