domingo, 13 de março de 2011

Um quarto de hora

Plantão de alojamentos, soldado Silva. Neste momento são uma e vinte da manhã e ao longe se ouve apenas o barulho dos carros do lado de fora do quartel.
Em pleno aniversário, dia doze, eu fui contemplado com serviço. Revoltante?! Sim, muito. Não tem uma viva alma que subirá para o alojamento por essas horas; porque razão tenho de ficar aqui?
Até que hoje a comida foi ótima: Arroz feijão, frango assado, batatas coradas e farofa. Realmente gratificante; perfeito.
Ando pensando sobre as coisas neste quarto, como por exemplo: Comprar um carro, ficar com você, saudades de casa, da minha mãe, de você. Imagine que até no meu pai parei para pensar.
Acho que o quartel faz isso com a gente, ficamos até embasbacados ao ir para casa e notar algo diferente... Seja o sofá, a parede, o teto. Não sei ao certo, mas vejo que escrever é a única coisa que me resta até as duas da manhã.
O que eu mais queria de presente de aniversário era uma ligação sua, uma mensagem, um sinal de fumaça; sei-lá... Você. Queria você. Teu riso, tua voz e a tua presença; sinto falta disso e de quando estava contigo.
Bem sei que aqueles dias não voltam mais. Eu mudei; você mudou; nós mudamos – para melhor, creio eu.
Porém, muito embora um dia ensolarado não seja igual por todas as vezes, o que importa é a luz que ele nos proporciona.
Pense em mim;
Sinta minha falta
Me queira bem e me ame
Creio que já é o bastante.

Marcos "Tinguah" Vinícius (ou Sd. Silva)

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