Que as palavras que eu digo, não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas... Como a unica coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
domingo, 15 de maio de 2011
Vivendo e aprendendo
Olhei para aquele homem que estava a meu lado afogando as mágoas num copo de cachaça, despejando ao mundo toda a sua raiva e sua revolta com o mundo. Quando me viu, começou a conversar, falar da vida dele. Disse que certo momento da vida ele teve uma casa, teve mulher e filhos e que hoje, não tinha ninguem com ele. E lá se foi mais um gole; enquanto ele dizia que teve uma vida boa e que hoje morava na rua por mero descuido ou burrice.
- Costumo ir a bares sombrios. Os pés sujos mais vagabundos, apenas para beber e flertar com o ambiente. Por que faço isso? Simplesmente não sei, é coisa minha mesmo. Mas voltemos -
A mulher o amava, seus filhos eram pequenos quando ele fugiu de casa apenas com uma mochila nas costas com suas roupas. O motivo: Estava cansado da vida familiar.
O que acontece é que ele ficou seis meses fora, e a mulher e os filhos foram com ela. Familia não tinha mais, nem casa. Então o jeito foi aprender a morar nas ruas, nos becos. fazendo cigarros das guimbas de outros, bebendo cachaça e todas as sobras que tinha, além de comer aquilo que era jogado fora por algum sujeito. Esquecido por Deus e por sua familia, tentou arrumar um trabalho, porém não conseguiu; como iria dar algum comprovante de residencia?
Acostumou-se a viver ao léu.
Como um andarilho do mundo desconhecido, com esperança de ter a sua familia de novo, sua mulher e seus filhos, de ter a sua casa, e a sua cama quente ao invés de seu papelão para dormir.
Esperança essa que vi nos olhos lacrimejados do homem enquanto me dizia coisas sobre a sua vida, e a sua esperança de um dia, um dia sequer, ver os seus filhos e a sua mulher.
Foi quando ele me disse algo que levarei para o túmulo, e que não contarei aqui. É como um pacto: O que acontece no bar, fica no bar.
Mas ainda sim, desejo sorte aquele maltrapilho, e que um dia, um dia nesses muitos que ainda hão de vir, ele encontre a sua familia e tenha tudo aquilo que sonha todas as vezes que põe a sua cabeça no chão deitado em cima de jornais.
Ao amigo do bar, o meu abraço.
Marcos "Tinguah" Vinicius / Sd. Silva
domingo, 8 de maio de 2011
Alegria, Alegria! E viva o circo
Vamos beber, comemoremos!
O flamengo ganhou, e o salário mínimo aumentou incríveis quinze reais!
- O que mais me revolta no brasileiro é a mania péssima de esquecer os erros do passado e só olhar para frente, como burros de carga.
E pior, toda vez que eu tento conversar isso com alguém; esse alguém não dá ouvidos, ou simplesmente ouve, presta atenção e depois esquece tudo!
Acho que já é da natureza brasileira ser sub-desenvolvido, sub-nutrido e sub-inteligente. É a única justificativa aceitável para tal caso de burrice e imbecilidade.
Renegam o seu passado, valorizam falsos mártires e seguem a sua vida miserável, ouvindo o barulho do trânsito, o barulho das rádios e o barulho das máquinas a lhes estropiar os ouvidos.
Chegam em casa pelas altas da noite, semi-mortos; como zumbis e ao comer se entopem de informação vazia, a qual engolem com a farinha e a água juntamente com a dose de novela que vem depois para amenizar as catástrofes que foram apresentadas anteriormente pelo “Jornal”.
É o caso do imbecil bem informado.
Como se estivéssemos em um circo, com um domador e um chicote em nossa frente, se obedecermos ele não nos bate.
Mas é claro que existe a resistência, e nós somos a própria.
Aqueles que debatem e procuram nas fontes mais confiáveis possíveis antes de gritar a plenos pulmões que: “Vivemos em um ótimo pais”
Grande parte da inutilidade cultural da sociedade brasileira, e de seus valores capengas e demagogos são pregados pela TV, sim, a grande central de Desinformação generalizada a qual todos – ou pelo menos a maioria – ligam assim que põem os pés na sala de casa. É algo tão automático quanto respirar para algumas pessoas, é só ligar a Televisão e se desligar do mundo ao redor, é simples.
Muitos contestam quando se joga comida fora, atentando pelo desperdício de alimentos com o argumento de que: “Muitas pessoas dariam a vida por um prato desses”
Agora pergunto: “O que você tem feito para essas pessoas famintas comerem?” E aproveito também o espaço para responder também: “Nada ”
Ao invés de fazer algo, você está babando pelos peitos daquela modelo gostosa que vai posar nua na Playboy, ou pensando em comprar aqueles sapatos que combinam com aquela bolsa linda que custa quase um salário mínimo – e cá para nós, bem mínimo.
Parto da premissa de que se você não veio ajudar, nem interfira. O Governo não sabe de nada, o povo se omite e o poder público só age quando a situação passa a interferir no bem estar do mesmo.
É a velha história: Quem sabe, nada faz. E quem não sabe, idem. E parece que conforme o tempo passa, o mundo avança e as pessoas ficam piores.
Antes se lutava por alguma coisa, ainda que um ideal estapafúrdio, mas dava-se a vida por ele. Muitos na Ditadura morreram por um ideal, por algo em que acreditavam, e isso, eu acho nobre.
Hoje em dia, o povo vive sobre os ideais de uma falsa liberdade, e sonhos de vitória de um país já ha muito esquecido por Deus.
Não posso terminar o meu escrito sem uma pergunta que me atormenta desde hoje cedo:
“- Mas, vem cá, você viu o que aconteceu na novela ontem ?”
Marcos “tinguah” Vinícius / Sd. Silva
domingo, 17 de abril de 2011
Não consigo sentir raiva
E morro de raiva disso.
Sei que é uma tremenda incoerência para se começar um texto, é verdade, mas cheguei a essa conclusão.
Queria eu ter aqueles súbitos ataques de raiva de não querer mais olhar para a cara dos outros, ou aqueles dignos de cenas de cinema em que as portas se batem para nunca mais se abrirem...
Comigo isso não acontece.
Bem, na hora do ocorrido, eu devo confessar que sinto raiva, mas depois ela some se vai com o tempo.
Parai para pensar nisso hoje enquanto estava no Orkut de um amigo que não via faz tempo e me deparei com a foto dela; a finada Natália. Sei lá, não sei dizer o que houve comigo, mas a raiva que tinha dela se foi... A pena que tinha dela, ainda tenho; mas a raiva se foi.
Assim, penso da seguinte forma: Para que sentir raiva, se nada muda? Se ainda mudasse, tudo bem, mas continua sempre da mesma forma... Aquela mulher vai continuar a ser a mesma, o cafajeste será sempre o mesmo e você perderá mais tempo odiando do que vivendo. E isso é mal.
Estou vivendo uma nova fase, começando com novos ares e seguindo em frente. Me peguei pensando nela esses dias e até comentei com um amigo meu sobre isso, disse ele que era talvez por eu estar sozinho. Foi uma das mais belas tragédias que já vivi, é fato, mas não deixou de ser bom enquanto durou - acho que é a primeira vez que escrevo coisas boas do que tive com ela... Mas perdoem-me, estou divagando, voltemos... – Foi um misto de emoções, carinho, ternura, amor, tesão, raiva, ódio, amor, e ficava intercalando assim; não nessa ordem, mas enfim, vocês entenderam.
No meu súbito de raiva fiz questão de apagar o telefone dela, os textos dela do computador e isso sem falar na exclusão do MSN também, claro. Esqueci o endereço dela, esqueci como chega na casa dela, os pontos de referência, tudo! A vizinhança dela já não era mais familiar para mim, se eu passasse por lá provavelmente me perderia.
Mas, onde estava? Ah sim, na foto dela que eu vi no Orkut do meu amigo. Então, vi a foto dela lá e não sei por que, me deu saudades dela... Talvez pela amizade que foi junto com o relacionamento, talvez por a gente ter uma química boa – sim, lá também. Não sei, acho que foi pelo rosto dela na foto, parecia o rosto que eu vi quando a conheci, e não o rosto com o qual ela me deixou naquela noite de julho. Noite essa na qual eu fui assaltado também, foi uma história cômica, que talvez um dia contarei aqui...
Acho que estou meio saudosista hoje, só pode.
De súbito na quinta-feira me lembrei de tudo. Telefone, e-mail, pontos de referência e até detalhes mínimos como o nome do perfume que ela usava e a musica que a gente se beijou naquele dia.
Daí, vi a foto por lá e me perguntei: "Porra, será que eu ainda sinto alguma coisa por ela? Não é possível..." –sim, até a minha consciência é desbocada- e sinceramente não soube a resposta. Antes eu diria inúmeros palavrões, iria falar mal dela, e ficaria por isso mesmo, mas hoje foi diferente; e algo me leva a crer que estou confuso. Ela ainda deve estar puta da vida comigo e diga-se, por algo que não fiz, mas vai entender...
Mas eu não, sei lá, acho que aprendi a perdoar.
- Se você estiver lendo isso -o que acho difícil- saiba que não sinto raiva, não mais. Aprendi que sentir raiva é mera perda de tempo. As pessoas são diferentes e devemos nos acostumar a isso, ninguém reage da mesma forma nas mesmas situações.
Não lhe desejo nada de mal, pelo contrário. Tudo de bom.
Uma boa vida, bem próspera e com todas as coisas que você gosta tudo bem?
Abraços (ou beijos?)
Marcos "Tinguah" Vinícius / Sd. Silva
sexta-feira, 15 de abril de 2011
De manhã
Bem, como a rotina diária da viagem de uma hora e meia dentro de um ônibus não me cansa, eu olho tudo.
Eu apenas observo.
Eu vejo a cidade despertar;
Tal como uma meretriz em fim de noite
No céu ainda jaz o luar
A paisagem e o clima são quase um açoite.
Vejo a luz do cabaré acesa
Mulheres se oferecendo de bandeja
Luz vermelha por natureza
Um outdoor de banda sertaneja
Um menino que fuma crack debaixo do viaduto
Morrendo aos poucos,
Destino de muitos.
Matar ou morrer?
O jeito é vestir luto.
O lugar de becos e vielas
O cinza dos prédios imponentes
Que contrasta com as favelas
Todos pensam ser importantes;
Mas não passam de impotentes.
Um homem com algo na mão
Que não se sabe o que é...
Um homem que dorme no chão
Um homem que quer ser mulher.
E o ônibus vai correndo,
Vai seguindo seu caminho
Penso ser eu a correr ao invés dele
Deixando tudo, seguindo sozinho
Largar de vez essa vida que tinha
Investir em uma nova empreitada
Iniciar uma nova jogada,
E torcer para acha a minha
Minha querida, meu amor, minha paz
Você faz idéia de quanto bem me faz?
Por ti secaria o São Francisco,
Escalaria o Himalaia!
Enfrentando todo o risco.
Tudo isso sonda a minha cabeça,
Dentro do ônibus, indo para a Vila militar
E não importa o que aconteça,
A minha hora Há de Chegar.
Para o Celso
Celso, meu querido!
É ótimo saber que tenho mais um leitor, prometo me esforçar pra escrever alguma coisa legal pra ti e contar como vão as coisas, e também para a minha incrível audiência de agora 4 (quatro) leitores.
Achei legal de sua parte se preocupar comigo, apesar da distância que separa essa amizade.
É bom saber que as pessoas ainda se lembram, ou melhor, que meus amigos ainda se recordam de mim. Confesso aqui, desde já a minha displicência para com eles, mas saibam que não é por mal... É apenas por falta de tempo, até porque eu não fico um tempo só sem pensar em vocês.
Bem, eu realmente preciso conversar com meus amigos, até porque, a presença deles me trás paz.
Problemas, Celso, até que tem... Tô um mês sem salário, vi quatro anos de esperança irem pelo ralo, o dinheiro tá curto e o cansaço quase sempre me espanca ao chegar em casa.
Sabe, sobre esses quatro anos que eu citei ai em cima, creio que você já deva saber... Sabe a Yasmin? Então, a própria. Foi a mais bela e trágica estória de amor que já vi e vivenciei. Pelo texto do "Vergonha na cara" já dá pra ter uma base do que ocorreu durante esse tempo. Eu corria atrás que nem um puto, ela me enchia de esperanças, e depois sumia; logo então, cheguei à conclusão de que ela não queria porra nenhuma comigo. Porque há de ser convir que quando alguém gosta, ou sente alguma coisa por outra pessoa, esse alguém corresponde e ela tava deixando a desejar nisso.
Hoje eu tava pensando... Acho que meu destino –se é que destino existe mesmo- é ser mesmo sozinho. Tipo, sei lá, vou me dedicar a ajudar as pessoas ou talvez ao quartel mesmo, porque no amor eu já perdi mesmo antes de jogar.
E quanto ao quartel, nem é aquele "bicho de sete cabeças" que todos dizem... É simples até. Só tem algumas coisinhas que você tem que fazer como: Ordem unida com e sem armamento, andar com a farda limpa, coturno engraxado (de preferência brilhando), prestar continência e cumprir ordens... É quase que um trabalho normal. E pior, eu estou adorando tudo isso! Talvez eu deva ter vocação pra masoquista (muitos dirão isso), mas é uma coisa chamada vocação... Algumas pessoas nascem pra roubar mercados, outras para queimar mendigos... Eu nasci para o exército, é simples!
Como você disse no MSN enquanto eu devia estar dormindo no quartel por falta de dinheiro: "Te conheço pouco e por muito pouco tempo, mas te conheço tempo suficiente pra saber que você é parceiro"
Juro que fiquei com os olhos cheios d'água quando vi as mensagens recebidas Off-line, e estou aqui para dizer que estou digitando com um copo de Brahma do lado, ou seja, de qualquer forma, estamos bebendo juntos e trocando idéias. É incrível o que a internet nos proporciona... Mas, eu quero marcar um dia com meus amigos e beber um pouco, jogar uma conversa fora e rir, até porque nessa vida tudo é brincadeira; Só se leva o que vive.
E se depender de todos aqueles que como você me acompanharam até aqui nesta louca e incrível caminhada... Poderei dizer lá no final, quando tudo tiver passado, que sim.
Vivi.
Celso, você é uma das pessoas que marcaram meu 2009/2010.
Cuide-se, viva, e aproveite tudo ;)
Abraços cara
ô/
sábado, 9 de abril de 2011
Oração do Infante
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Vergonha na cara (Desabafo)
"Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"
(Augusto dos Anjos)
Eu ando bem, obrigado.
Nem isso você me pergunta. Morro, ou quase de saudades suas e você faz questão de sumir, desaparecer, com um prazer vil e sádico que me tortura.
Eu não te entendo; e você acha que me entende... É aí que está a falha.
Se querias me ver a míngua, triste e sofrido... Parabéns, conseguiste.
Ainda quero saber o porque de tudo isso, saber o porque me enches de falsas promessas, falsos risos e depois evapora; simplesmente se esvai.
Talvez seja eu, talvez seja você.
Mas o porque de tanta covardia, e um certo ar de masoquismo eu juro que ainda não sei.
Masoquismo sim, porque eu tenho certeza de que você irá se aventurar, e depois quebrar a cara de novo; como já aconteceu diversas vezes anteriormente. Mas, a escolha é sua, claro.
Ah você e a sua péssima mania de viver no inverno...
Você não me quer, sejamos francos.
Simplesmente não se importa com nada, não dá um sinal de preocupação para com a minha pessoa, enquanto que eu já começo a mostrar sinais de cansaço de tanto correr atrás de você.
Não minto quando digo que você foi uma das melhores coisas que já me aconteceram, e nem quando penso em você com uma certa faísca de esperança de te ter do meu lado. Porem é preciso ter um mínimo de amor próprio e de orgulho.
Chego à conclusão de que a mesma coisa que me deixa feliz, é a mesma coisa que me deixa na merda.
Eu juro que tentei, tentei inutilmente seguir, viver a vida que dizem ser bela, mas nada tem sentido. Você me era como uma diretriz, o pote de ouro no final do arco-íris –ou alguma coisa parecida com isso- mas de nada adianta.
Me sinto um cão correndo em círculos atrás do próprio rabo.
Já lhe disse coisas indizíveis, jurei coisas inacreditáveis e fiz promessas que tenho certeza de poder cumprir.
Mas, como diz a canção:
"O 'Pra sempre' sempre acaba"
Acho que já é a hora do meu "pra sempre" acabar.
Afinal, já tenho quase certeza de que para você acabou...
Talvez, se algum dia você disser coisas que eu nunca ouvi, coisas essas que só você sabe dizer.
Ou talvez me fizesse algo.
Uma simples ação pode virar o jogo, e essa ação será total e exclusivamente sua, não me meterei nisso.
Possa vir a mudar as coisas, mas, pelo "andar da carruagem", acho que meus sonhos já outrora castrados, acabam por se tornarem mortos.
Me aperta o coração, minhas mãos tremem ao escrever isso, mas hoje eu partirei.
Vou sumir, tentarei não pensar em você, não discarei teu numero e nem lembrarei de teu sorriso.
Creio que isso é o mais ideal a se fazer, afinal, de nada adianta me prender a você enquanto nem ligas para mim.
"Então diz a verdade, ou me ama agora... Ou me deixa partir. Se não há mesmo nada, me deixa com essa angustia engasgada."
Durante 4 anos da minha vida, eu me lembrei de você.
De todas aquelas coisas que você me disse sentada lá, naquele banco, daquela mesa em frente a Praia do Flamengo:
"Hoje não dá, mas amanhã... Quem sabe?"
Por um momento eu fiquei feliz, juro. Mas com o passar do tempo eu acho melhor ter ouvido qualquer coisa a isso.
Antes o "não" logo de cara, do que a maldita incerteza do talvez.
Faça o seguinte, não precisa me ligar mais... Apague meu numero da sua agenda.
Não mande mensagens carinhosas,
E se puder ainda, nem fale comigo...
Eu sei que irá me doer, te perder seria como arrancar uma parte minha, mas devido às circunstancias, acho que seria o melhor a ser feito.
É melhor que me acostume à idéia de não te ter mais, até porque, creio que para ti, isso não é mais possível.
Apesar de ser a ultima coisa que lhe escrevo, termino aqui como todas as outras demais.
Beijos guria, te amo.
Cuide-se, passe bem e seja feliz...
Marcos "Tinguah" Vinicius / Sd. Silva
domingo, 20 de março de 2011
Penso em coisas -19/03/11
Bem, após o meu terceiro final de semana de serviço, chego a conclusão de que os meus sábados e domingos foram extintos; para sempre ou não, ainda saberei. Tive hoje um momento de fraqueza, o qual não desejo que se repita...
Pensei por um instante, um momento ; que tinha feito a escolha errada, e de que meu lugar não era aqui. Foi pouco antes de dormir no intervalo do quarto de hora; sorte que... Bem, já passou...
Hoje não é um dia muito legal para mim. Faz nesse dia um ano em que dei um mau passo, que só se mostraria mal quatro meses depois. E por mais que se diga: "Ah, isso passa..." É, realmente passa, porém, deixa marcas positivas ou não. No meu caso, o "não" serviria melhor do que o "sim"; tá que houveram momentos bons, mas o final foi semelhante às peças de Shakespeare, em que todos morrem no final.
Isso me faz pensar infinitas vezes antes de amar alguém de novo; e também nas coisas boas e ruins que os sentimentos nos trazem. Amar alguém é fácil. Difícil é fazer o amor desse alguém ser igual ou recíproco ao seu.
Apesar de ter passado bons momentos ao lado dela – os quais não nego – não sinto mais nada, nada mesmo; melhor dizendo, sinto pena. Mas a vida tem dessas coisas, a gente aprende; apanha mais aprende.
Agora já está escurecendo, e penso na vida lá fora. Como devem estar as coisas, minha mãe, minha casa, meus amigos, e você, claro. Tenho um certo medo de amar de novo... No seu caso, não seria "amar de novo", até porque, nunca deixei de te amar e creio que você sabe bem disso; mas sim, um relacionamento novo.
Mas quando esse medo me vem, eu penso no seu sorriso, no teu jeito, em você; na sua forma mais normal e bela de ser e sinceramente, tenho motivos que me levam crer que daria certo se finalmente ficássemos juntos.
Como a musica diz:
"Abre o teu coração, se não eu pulo a janela..."
- Por hoje é só.
Beijos,
Te amo.
Marcos "Tinguah" Vinícius / Sd. Silva.
Dia de ralação, noite de “tora”
Hoje até que foi tranqüilo. A mesma coisa; TFM (Treinamento Físico Militar), onde entoamos canções vibrantes. Após o café da manhã, alguns infantes tiveram mal estar ao comer o pão com mortadela passada. (creio eu) Graças a Deus, eu não fui um deles.
Esses dias passaram tranqüilos, essa semana tive instrução de tiro de fuzil, tirei conceito "B", hoje é quinta feira dia 17, amanhã, logicamente é sexta, e o Major Aires irá passar fazendo revista nos armários; verificando arrumação e também se não há nada de ilícito por aqui (cigarros, álcool e baralhos). Creio que final de semana eu deva estar livre, daí eu irei dar os arremates do evento contigo.
Só hoje ao puxar o caderno para escrever, fui abordado por uns cinco, que perguntaram coisas do tipo: "Tá escrevendo livro?"; "É diário?"; "É sobre o quartel?". E eu respondo apenas: "Ah, eu gosto de escrever, nada mais..." Pinheiro, meu colega de beliche disse que eu poderia escrever um livro, só ter força de vontade e correr atrás. Cara legal, apesar de ser vascaíno, eu gosto dele...
Acabada essa Semana, só me resta mais uma semana na "Prisão DE". Daí, poderemos ter um contato melhor... A todo o momento, seja no rancho¹, ou correndo; vem-me a vida de paisano na cabeça, quando te conheci no auge dos meus 16 anos. Molecão, comuna, fumante e louco. Agora, carrego o fardo dos 19, com meu trabalho e minhas responsabilidades... É, parece que finalmente estou amadurecendo, e isso é bom. Dentro do quartel, eu sou Silva, ou Soldado Silva; do lado de fora, sou Marcos, Tinguah e etc... Mas nunca, jamais deixando de ser militar.
Quero mostrar isso a você, de alguma forma. Mas, é claro, basta me dar uma chance. Até porque, se você já aturou há cinco anos, já é uma boa desculpa para aturar mais uns 10, ou 20 ... (risos do autor)
Tratarei de dormir agora, o plantão de alojamentos já apagou as luzes e agora todos dormem. No quarto se vê apenas um celular, um vigia fazendo a ronda, um louco que escreve com o som dos ventiladores ao fundo...
Hoje estou meio saudosista, nostálgico... Enfim, como queira...
Logo então,
Beijos amor,
Saudades de você por completa,
Te amo.
Marcos "Tinguah" Vinicius / Sd. Silva
*Tora: gíria militar para sono.
¹Rancho: Refeitório, lugar onde se faz as refeições.
domingo, 13 de março de 2011
Braço forte, mão amiga
Leitores, as linhas a seguir falam sobre a minha estadia no quartel.
Exercícios estafantes, alimentação fora de hora, sono interrompido e instável... Tudo isso, é uma mera cortesia do Exército Brasileiro. Escrevo agora, deitado no meu beliche, número 334; ainda com o nome do ultimo ocupante, que nem me lembro ao certo.
Deitado aqui, não sei porque, me vem você na cabeça. Mas, não farei citações explicitas, afinal, como te disse: "Sejamos discretos".
Percebo neste quarto gigante com 60 pessoas, que cada um tem a sua tragédia pessoal, ou crença, ou jeito de ser. E que as pessoas podem ser relativas, de uma série de pluralidades sem par; ou seja, cada um com as suas singularidades.
Olho ao lado, e um dorme, do outro há uma cama vazia. A retaguarda dois ou três que conversam sentados na cama... E Enquanto o amanhã não vem, para enfim me vangloriar de só faltarem dois dias para ir para casa, eu me desdobro entre a saudade e o medo.
Saudades suas, e medo de te perder.
Digo que a distancia e o tempo que se faz por nos separar, me parece ínfimo, quase que impalpável quando te vejo nos meus delírios e escuto a sua voz ao telefone toda vez que disco o seu numero... Não que isso me baste, mas ameniza um pouco, sabe?
Me ligue, me chame... Um carinho de vez enquanto faz bem. Enquanto isso não acontece, fico pensando no dia em que nos aturaremos de vez.
As noites aqui são solitárias... Embora se esteja cercado de gente.
Mas agora tentarei dormir, quem sabe não te encontro e a minha solidão tem fim?
É algo que talvez saberei,
Mas por enquanto só desejo duas coisas:
- Boa Noite, e me ame.
Marcos "Tinguah" Vinícius (ou Sd. Silva)
*Escrito as 22:30~23:00h do dia 09/03/11
Um quarto de hora
Plantão de alojamentos, soldado Silva. Neste momento são uma e vinte da manhã e ao longe se ouve apenas o barulho dos carros do lado de fora do quartel.
Em pleno aniversário, dia doze, eu fui contemplado com serviço. Revoltante?! Sim, muito. Não tem uma viva alma que subirá para o alojamento por essas horas; porque razão tenho de ficar aqui?
Até que hoje a comida foi ótima: Arroz feijão, frango assado, batatas coradas e farofa. Realmente gratificante; perfeito.
Ando pensando sobre as coisas neste quarto, como por exemplo: Comprar um carro, ficar com você, saudades de casa, da minha mãe, de você. Imagine que até no meu pai parei para pensar.
Acho que o quartel faz isso com a gente, ficamos até embasbacados ao ir para casa e notar algo diferente... Seja o sofá, a parede, o teto. Não sei ao certo, mas vejo que escrever é a única coisa que me resta até as duas da manhã.
O que eu mais queria de presente de aniversário era uma ligação sua, uma mensagem, um sinal de fumaça; sei-lá... Você. Queria você. Teu riso, tua voz e a tua presença; sinto falta disso e de quando estava contigo.
Bem sei que aqueles dias não voltam mais. Eu mudei; você mudou; nós mudamos – para melhor, creio eu.
Porém, muito embora um dia ensolarado não seja igual por todas as vezes, o que importa é a luz que ele nos proporciona.
Pense em mim;
Sinta minha falta
Me queira bem e me ame
Creio que já é o bastante.
Marcos "Tinguah" Vinícius (ou Sd. Silva)
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Sem nome
Andei meio
Caído
Pensando em você, tudo perdeu o sentido
O menino atravessou a P O N T E do pensamento
E fez-se na cabeça o tormento
Desceu
as
escadas
da dor
Tentando encontrar o seu amor
Porém, nada encontrava
E, quando todos saiam, chorava
Perdido,
Como alguém em um birinlato
subir
Ao do sol, tudo se suspendeu
Até a tristeza que a ele abateu
pássaros
Queria ser como os
Voar
A
Sem com a vida se preocupar
Sem um trocado no bolso,
Foi viajar
Seu caminho era distante
Destino incerto.
Poderia ter ido para perto
Mas, a dor ainda presente
O tornara um combatente
Viver os dias sem razão
Com uma esperança a bater
No fundo do coração
E ao todos concordariam
morrer
"Este tinha razão"
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Réu confesso
Eu sinto uma falta, mas uma falta imensa...
Falta de não sei o quê, mas essa falta que tenho me aperta o peito, e me causa dor.
Por mais que eu pense e tente chegar a uma conclusão do que me falta, tudo me parece vão ao chegar da conclusão.
Eu não sou sozinho; tenho amigos, irmãos, família, e uma infinidade de conhecidos, mas o que me falta eu não sei.
Sei que na maioria das vezes me sinto sozinho.
Me pergunto se seria um amor?
Talvez...
E por mais que me pareça aterrador, ou até mesmo incompreensível, eu tento esconder com um sorriso de: "Tudo está bem"
As minhas dúvidas e incertezas cada vez mais me assombram, minha ansiedade se manifesta e eu não consigo pensar no que será de mim.
Como vai ser o meu futuro? Essa coisa que se alterna entre o distante e o perto, entre o bom e o ruim.
De vez enquanto, alguma coisa do meu passado peralta vem me consolar, as boas lembranças, e as coisas vivi e deixei de viver.
E me sinto como um tronco no rio, sendo levado pela correnteza e caindo em meio uma cascata de medos e anseios, como se nada na minha vida fosse programado, como se eu não conseguisse tomar nenhuma decisão por mim.
E por mais lágrimas que meus olhos possam ter, por mais tristezas que este velho peito carregue, de alguma forma, algo me diz que a minha hora um dia chega.
Uma esperança.
Um sopro de ar pela janela.
Isso é algo em que eu devo acreditar, é algo que eu realmente tenho que ter confiança.
Na mudança.
E eu flerto com ela como alguém que olha para uma imagem de gesso, ou simplesmente segura um terço para exercitar a sua fé.
Eu olho para trás e vejo aquele menino de outrora, aquele garoto irresponsável, de muitos sorrisos e de companheiros e parcerias inesgotáveis, e chego a conclusão de que parte daquele menino se perdeu, não pelo mundo, mas se perdeu em mim.
Às vezes eu sou tantos, que ele deve ter corrido assustado, ou com vergonha dessa pessoa que me tornei.
Eu me olho no espelho, e vejo qualquer coisa, menos eu.
Mas no fundo de meus olhos, no fundo de minh'alma, eu tenho ele comigo. Ainda que tímido ele as vezes volta, como não podia deixar de ser.
É só mesmo então que volto a sorrir novamente.
Aí, é quando eu consigo sentir o gosto das coisas, da vida, sentir o calor do sol.
O que é triste, porque, depois disso ele se esvai entre meus dedos para se esconder novamente dentro desta pobre e podre carcaça que aqui escreve.
E cada vez mais, eu me sinto um assassino por ter matado aquele garoto, é. Aquele mesmo.
Considero-me culpado, e cada vez mais culpado por esse crime horrendo, me sinto um monstro.
Na hora de apunhalá-lo, não hesitei.
Eu provei o gosto do sangue em minha garganta, eu senti a dor daquele pobre diabo.
Mas, somente depois, depois de tudo é que eu fui notar quanta falta ele me fazia.
O único gosto, ainda na garganta é o do sangue.
E a dor que sinto hoje, consegue ser maior ainda do que a dor que senti enquanto revirava o punhal no peito.
- É só.
Marcos "Tinguah" Vinícius
Hoje a cobra fuma
Ah mulher, hoje você vai ser minha...
Eu não vejo a hora dos meus braços te envolverem, e das minhas mãos ensaiarem caricias por entre o seu corpo, e ver-te com seus olhos fechados suspirando e ansiando por mais.
Dar-te-ei meu beijo mais apaixonado, meu beijo mais cheio de volúpia; de forma que tanto eu quanto você nos esqueçamos do mundo que nos cerca... Como se o mundo nesse exato momento não passasse de eu e você nesta cama. Seu mundo irá rodar por entre os delírios e as loucuras que faremos juntos. Em caso de dúvida, aja no instinto, faça o que vier a cabeça.
E depois de provar do mel de sua boca, passo a explorar cada brecha, cada vestígio de sua feminilidade... Como se fosse um exímio explorador, deixando-te em êxtase enquanto a sua voz e seus gemidos de prazer ecoam pelo quarto. Traço um mapa mental da sua geografia, das tuas linhas, dos teus paralelos; do teu corpo nu em minha frente.
E enquanto você me despe as roupas, eu sinto o calor das suas mãos a passear pelo meu peito, a passar pelos pêlos da minha perna e o seu riso de criança a perceber que não sou apenas eu que faço você delirar de prazer... O que torna cada vez mais este momento único e recíproco a nós.
Feito isso, minha alma entra na sua e não se sabe se sou eu que entro em você, ou se é o oposto... Apenas se sabe a sensação maravilhosa de singularidade, de união e de prazer que se sente, coisas que são indescritíveis e não se consegue pôr em palavras.
Nessa hora, não se sabe quem é caça ou caçador, quem é a presa ou o predador, quem é o dominador ou quem domina... No meio desta confusão de sentimentos, eu te olho de cima. Você, linda, inigualável com seus olhos revirando de prazer, gemendo de ardor; provando até a última gota do cálice da luxúria. Tuas unhas me arranham as costas, tua leoa se manifesta e, no meio de um beijo onde as línguas se confundem você me faz juras de amor eterno, amores impossíveis e incompreensíveis a realidade humana. E eu juro, olhando em teus olhos que te amarei para todo o sempre.
Estamos ali, naquele quarto, em cima daquela cama, tão unidos, que não se consegue dizer quem é quem à primeira vista... O que se faz, o que se passa naquele momento é amor, na sua mais bela aparência e que chega a ser intangível a algumas pessoas.
De repente, sinto a sua respiração mais ofegante, quase trôpega, e sinto teu corpo vibrando.
Enquanto, eu como ativo e um voyeur da ação, deliro, e o mesmo se passa comigo, sinto como se por um momento eu tivesse morrido e alcançado as estrelas junto contigo, como se tivéssemos largado nossos corpos terrenos, nossas vidas comuns e nos juntado aos anjos, e as constelações da grande imensidão azul a que chamam de céu. Por um momento, eu me sinto invulnerável, como se o mundo fosse pequeno demais para conter a minha alegria e felicidade, e pelo brilho nos teus olhos, eu tenho a certeza máxima que você também sente o mesmo.
E num flash, num piscar de olhos, voltamos à cama onde tudo teve início.
Me deito a teu lado, e apenas olho em teus olhos, e é como se eu conseguisse entender tudo que você tem a me dizer, e apesar das muitas palavras que identifico, das muitas frases ditas por eles, eu entendo tudo, tudo.
É como se estivéssemos conectados, unidos de uma forma que ninguém consegue separar...
Abraço-te, e ainda consigo sentir vestígios de sua respiração ofegante... Faço-lhe afagos, beijo-te à testa enquanto você tenta pôr em palavras tudo que sentiu, mesmo sabendo que será totalmente vão, e que somente eu entenderei.
Depois de conversas, e de risos e de um sem par de sensações...
Nos abraçamos e dormimos, unidos, para assim partilharmos os mesmo sonhos e as mesmas emoções que muitos invejam, e que somente nós sentimos.
Marcos "Tinguah" Vinícius
sábado, 29 de janeiro de 2011
Meu vizinho morreu
Infarto, pobre infeliz. A morte ceifou ao lado da minha casa, e incrivelmente me senti um pouco mais vivo.
Eu nem falava com ele, mal olhava na cara do sujeito, de fato; Ele para mim era nada mais nada menos do que uma pessoa que eu nem dava um bom dia... E ele também não ia muito com a minha cara, mas morrer daquele jeito deve ter sido horrível. O cara não fumava, nem bebia, pelo contrário; jogava bola, e tinha só 16 anos. Fiquei sabendo do acontecido quando vinha da casa de um amigo meu... Vi inúmeros conhecidos de vista no ônibus, e todos olhavam pra mim. Só então quando cheguei em casa é que fui saber que o garoto tinha ido pro além. As pessoas devem ter me olhado e ter pensado: "porque ele não foi ao enterro?" Oras, eu nem falava com o rapaz, pelo amor de Deus! Posso ser muitas coisas, mas hipócrita não é uma delas. Não falava, e, portanto, não fui. É justo.
Mas esse fato me fez pensar mais sobre a vida, e sobre o quanto ela pode ser passageira, e terminar abruptamente como um filme partido.
As ultimas palavras do garoto (segundo dizem) foram: "Pai, eu tô morrendo. Diz a Raiane que ela é o amor da minha vida"
Creio que ele nunca deve ter dito isto pra ela em vida e na hora da partida, aos 46 minutos do segundo tempo ele resolveu dizer... Ou já tinha dito antes, não sei, o fato é que foram as ultimas palavras que a boca dele disse antes de partir rumo ao desconhecido; a barreira que separa o fim do começo, ou vice-versa.
Quando soube do fato, das ultimas palavras dele, isso mexeu comigo. Não sei, mas por algum motivo aconteceu. E por um momento, eu me pus no lugar dele, do Lucas (que Deus o tenha); e cheguei à conclusão de que eu faria algo como isso, ou parecido, bem parecido, aliás. A menina ficou arrasada e danou-se a chorar, o irmão que não falava com ele por causa de fofocas e conflitos alheios, sentiu-se arrependido pelo irmão ter morrido sem falar com ele.
E teve toda uma absolvição com as coisas que ele podia ter feito de errado ou não. O rapaz virou praticamente um santo numa fração de tempo que até me assustou.
Segundo já ouvi dizer: "Deus prefere os suicidas". Deus não prefere os suicidas, mas tem um amor especial por todos aqueles que morrem de repente.
E junto com a morte daquele garoto, creio que foi um pouco de todos aqueles que gostavam dele.
Pensei nisso ontem, e vi que as nossas passagens por aqui são um tanto quanto rápidas, tanto que a maioria das pessoas não tem tempo de realizar metade dos projetos a que se dispõe a fazer.
Que sonhos ele devia ter?
Ser um grande jogador, ser soldado, ou simplesmente ser ele mesmo, e ao invés disto... Morreu. Infarto aos dezesseis anos.
Quais seriam as minhas ultimas palavras?
O que diriam a mim?
...É algo que não sei. Mas que um dia eu irei descobrir .
Marcos "Tinguah" Vinícius
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Carta de amor
Querida, espero que me perdoe por isso, por essas letras esmiuçadas nesta folha em branco, mas cada delas dirá o que meu peito há muito abafa, ou tenta ainda que heroicamente esconder.
Apesar de toda a distância, e o tempo que nos corroeu – por assim dizer- eu não consigo pensar em nada, nada que não seja você na minha vida. Acredite que até a minha cabeça não consegue pensar em nada para escrever, nada corriqueiro que não seja para você. Lembro de você ainda hoje, agora. Você, na sua forma única, como um presente, uma das visões mais lindas que já tive na vida, vindo pela praça de encontro aos meus braços e me sinto um menino lembrando dessas coisas e começo a rir do nada pensando em você. Sei que você mudou, sim. Até porque, eu não sou mais aquele garoto que outrora você conheceu... Quer dizer, na essência, sim; mas na prática, às vezes esse "menino" se esconde. Só você é capaz de enxergar por entre os meus olhos e sua voz me acalma mesmo na pior das crises...
Seu riso é esplêndido, sim.
Uma das coisas que me lembra você, quero dizer, quando me lembro de você, é teu riso. Ainda acho que você devia sorrir mais – não como uma 'aspirante' a Ana Maria Braga- mas, sorrir... Enfim, você entendeu. Às vezes eu fico que nem uma besta no telefone falando contigo, altas e inúmeras baboseiras só pra ouvir teu riso pelo barulho metálico do telefone, é como um voyeur auditivo, ou algo assim. Fico colado e embasbacado no fone só pra ouvir cada detalhe da sua voz, cada variação de tom, cada suspiro teu. Loucura? Não. Acho que amor seria mais exato. Imagino você rindo na minha frente e você se materializa na cabeça deste pobre desgraçado destinado a te amar. Mas vamos ao resto do texto, ok?
Você é linda e não importa a circunstância, não importa a forma. E o que sinto por ti, é independente disso. Logo então te amarei tanto quanto com um vestido preto e um salto agulha, ou com uma camisa, um jeans surrado e de havaianas no pé. O fato é que isso pra mim faz pouca diferença, melhor dizendo, diferença alguma. Até porque se for reparar no que eu sinto por ti, isso, os detalhes menos importantes passam despercebidos, entende? E no momento, o que eu quero saber é de você.
Eu não posso negar e deixar pra lá, mas eu penso no pouco tempo que a gente ficou junto. É, foi pouco, bem pouco mesmo; mas saiba que "aquilo" me marcou de tal forma, que ainda sinto "aquilo" voltar como um turbilhão pra mim, e sei que você tampouco esqueceu o pouco que a gente ficou junto. Quero que você seja feliz minha linda, claro. E quero ser feliz também, só que do seu lado. Assim de quebra eu fico feliz, você fica feliz e todo mundo fica legal, não seria bom? Mas, apesar de tudo eu tenho certo receio disso, pelo menos por agora, acho que seria o caso de fazermos um segundo reconhecimento para ver se alguma coisa surge daí. Quero que saiba que o "evento" não foi marcado com segundas intenções, saiba. Foi apenas pra te ver, porque acredite, ou não, eu quase morro de saudades suas aqui, quero te ver, quero ver teu rosto sentir a tua presença em corpo, pois em alma, creio que nunca perdi.
Encerro aqui por falta de assunto.
Beijos
Marcos "Tinguah" Vinícius
O desgosto
Sim, "O desgosto".
Às vezes eu me sinto tão habituado a ele, que quando dou por mim, ele já está do meu lado, tragando seu marlboro com um prazer semi-pornográfico; como os suicidas sentados no alto da ponte a olhar os transeuntes, lá fica ele a espreita, sabe?
A cara dele, eu não sei, juro. Mas... O fato é que eu vejo ele sempre que consigo alguma coisa que sempre quis muito.
É como se as minhas conquistas de nada valessem, e ultimamente eu não tenho tido tantas às quais possa me vangloriar. Os péssimos resultados no SiSU (Sistema Impossível de Ser Utilizado) ou (Sistema de Seleção Unificada) do MEC acabou de jogar um balde de água fria em minhas expectativas de ir pra faculdade logo após sair do Ensino Médio. Senhores, eu não tinha nota nem para ser secretária de meio expediente de repartição pública, e tudo isso graças aos dois dias de prorrogação no sistema que já falei ali em cima. Nessa hora, eu me revoltei, sim. Eu olhei para o alto e descontei a minha raiva toda aos céus, blasfemando toda uma série de palavras inenarráveis.
E naquele momento, e não somente naquele momento, eu me senti um lixo, um incompetente, um incapaz... Como queiram chamar, fica a seu critério.
E isso acabou por tirar o meu resto de segurança que tinha a muito custo obtido. Como se abrissem uma torneira no meu ser e a auto-confiança e o resto das coisas que servem para te reerguer tivessem ido para o ralo. E é uma merda quando você vê todo mundo andando, e correndo as vezes e você parado. Se sentir parado é uma coisa que realmente eu detesto; parece que isso acontece a todo momento, principalmente comigo. Me pergunto o que se passa, que tipo de complô é este, o que eu fiz a alguém, e as respostas não chegam, é como se eu falasse frente ao espelho e só ouvisse a minha voz, e visse a minha boca se mexendo, sem qualquer tipo de resposta satisfatória.
Me sinto vazio.
Como se eu não fosse capaz de nada, de lutar por nada, de ter nada. E a cada dia que passa isso vai se agravando, como uma bola de neve que vai rolando montanha abaixo. Isso promete coisas desagradáveis e eu temo por esses resultados, por esse final. Ando tão desestimulado... Bem, há um remédio pra isso melhorar, mas é claro que não falarei aqui, acabarei citando pessoas e fatos, logo então irei me calar. Eu penso no passado, no presente e no fim, até porque, penso que alguém como eu, não têm futuro algum. Não consigo ver isso. Não consigo ver o meu futuro, não me vejo com uma casa, com uma família, um trabalho... Eu paro e penso no futuro, e só vejo tudo escuro, como se alguém tivesse apagado as luzes da minha cabeça, sei lá. Cheguei a uma situação tão gritante que nem a minha imaginação funciona direito.
E assim vou seguindo... Vivendo, morrendo algumas vezes e me balançando na corda bamba da vida sem cair pra lado algum.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Monólogo pt.1
Aos risos e aos choros que foram em vão.
A tudo a que dissemos "não"
Creio que a linha que separa o sucesso do fracasso, é uma linha tênue, que se abala com a menor das brisas, como folhas ao vento.
As vezes em uma destas paradas para higiene mental, ou "auto-avaliação", eu notei que o azar faz parte de mim.
Sim, o azar.
As quatro letras que assustam até o mais fiel dos cristãos. E que faz tanta parte de mim, que é impossível retraí-lo ou fingir que não existe. O fato é que como alguém que não tem uma mão, eu aprendi a conviver com ele.
Seja no amor, no jogo, lá está este bandido a rir da minha cara quando eu jogo os dados, ou quando estou prestes a a ter umas 70% de chances de sucesso em alguma ação (-ou com alguma garota-), simplesmente as chances vão a trinta ou a vinte, logo, nada feito.
Hoje, pensei em coisas que havia muito não pensava, e pela primeira vez em muito tempo tive medo de ficar só, como um garoto que se enrrola no cobertor com medo do escuro. Tive medo da solidão e de não encontrar um bem querer, ou talvez alguem que me queira bem.
Falando sobre os medos - este é um dos meus- eu tenho medo de me mostrar por completo, de uma só vez e acabar por assustar quem está do meu lado. (Como já ocorreu algumas vezes).
Eu posso ser capaz de ser turbulento como um mar revolto, ou calmo como as aguas de uma lagoa -e na maioria, se não, sempre é a ultima opção. Porém, quando sou calmo, tranquilo e cheio de amores, a realidade mundana acaba por me esfacelar, me cortar ao meio.
Tudo depende da forma com que reagem a mim. Se o tratamento for bom, espere o meu melhor. se for o oposto, afaste-se, e nem passe na minha frente.
Mas o fato é que eu sou de extrema sensibilidade. Sim, sensivel, porém... Eu prefiro esconder isso, ponho a minha máscara da indiferença e finjo que nem é comigo, e por mais que me doa o peito de forma que eu quase não consiga engolir as lágrimas, eu me retiro, simplesmente saio.
Prefiro passar como insensível do que como emotivo. Poucas, pouquissimas pessoas conhecem este lado meu, e se você for uma delas, considadere-se altamente privilegiada.
Timido? Sim, e muito!
Embora quase ninguém acredite nisso, eu sou timido, e só consigo socializar, ou conversar com alguem pela primeira vez apenas em ocasiões extraordinárias. Isso tambem influi no meu ser de poucas palavras. Consigo ser extremamente observador, e comento apenas o necessário, exceto com meus convivas, meus amigos; ou melhor, aqueles que conhecem as duas faces da minha moeda.
Romantico incurável, sim.
Porque não o ser?
As vezes os pequenos gestos; seja um bilhetinho, uma carta, ou uma simples flor, quer dizer bastante coisa.
Para mim, sim.
Embora, na maioria das vezes não seja reciproco, o que é frustrante. Não que eu faça coisas para receber em troca, mas receber algo de volta, para mim e´como um reconhecimento de que a pessoa sente o mesmo que você, entende?
Seja um beijo, sejam lágrimas de felicidade... Nem precisa ser material. Ou quem saber um "eu te amo" dito ao "pé-do-ouvido" enquanto estivessemos deitados lado-a-lado.
Não sou padrão e nem constante. pelo contrário, detesto tudo isso. O que mais me deixa aborrecido é o fato das pessoas "tentarem" fazer umas definição minha. Apesar do esforço louvável - que reconheço - é algo detestável. E sempre que eu souber de algo do tipo, eu farei diferente, só pela graça de superar expectativas. Irônico, sarcástico e dono de uma sinceridade inapropriada na maioria das vezes.
O que eu penso do amor?
É uma pergunta dificil, muito complicada aliás, uma vez visto que como estou sozinho é difícil de se dizer/ ou escrever. Mas baseado em experiências que tive, eu posso dizer que o amor é uma das coisas mais bonitas que já senti. Ele te faz ver o mundo de outro jeito, de uma forma que até o feio, o grotesco e o bizarro tornam-se belos em sua visão. Sinto que, mesmo só, o amor me move, e eu vivo em função dele. Estou fazendo uma caminhadapor minha conta em risco, correndo atrás do que amo, do que quero, e mais do que nunca eu sinto que o amor está presente em mim. seja por alguma coisa, por alguma causa, ou por alguém. So quem sabe sou eu, e não farei declarações por aqui... Quando não haver mais o seu sopro em meus pulmões, eu me faço um favor e meto uma bala na cabeça e tudo vai pelos ares. Mas eu amo, e o amor é algo bonito e uma boa sensação - se é que o amor seja isso ...
- Pode parecer louco, mas é sincero
É só.
Marcos "Tinguah" Vinícius
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Um jeito estúpido de te amar (Fauzi Arap)
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você ...
Ao fim de tudo você permanece comigo, mais preso ao que eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome , eu tenho...
Você é um rosto na multidão , e eu sou o centro das atenções ,
Mas a mentira da aparência do que eu sou, é a mentira da aparência do que você é.
Por que eu , eu não sou o meu nome, e você não é ninguém...
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca a chegar ao limite possível da aproximação. Através da aceitação, da distância, e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa ...
Eu quero que você me veja nua , eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada , te denuncia, e te espelha...
Eu me delato, tu me relatas...
Eu nos acuso, e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras,
Com as quais você me veste ."
- Lindíssimo, lindíssimo!